segunda-feira, 16 de maio de 2011

Acessibilidade na cidade de Taió

Autores do texto e das fotos: Paulo Luis Steinhauser e Larissa Pfau

A acessibilidade é um tema muito discutido atualmente, que sem dúvidas é muito importante, pois com isso temos a inclusão social de pessoas com algum tipo de deficiência. No cenário nacional o assunto está tendo grande destaque, devido a novela das 8 da TV Globo, intitulada Viver a Vida, que mostra o dia-a-dia de uma modelo que teve sua vida bruscamente alterada em virtude de um acidente automobilístico. Antes de todas essas reviravoltas em novelas, o presente site já divulgava informações a respeito da deficiência física e problemas de acessibilidade.

Fazendo visitas a lugares de algumas cidades do Alto Vale do Itajaí pode-se ter uma noção clara de como são as condições para as pessoas com deficiências sejam motoras, visuais entre outras.

Para iniciar, vejamos o que encontramos na questão de acessibilidade na cidade de Taió, para melhor entendimento e ainda, para comprovar o que aqui está escrito, houve um trabalho fotográfico, onde algumas dessas fotos estão nesse artigo.

Podemos iniciar nossa avaliação exemplificando alguns problemas evidentes encontrados no município. Já na entrada da cidade, em frente ao Fórum, podemos ver um problema que se repete em vários pontos, os postes no meio da calçada. Na posição que se encontram alguns desses postes, fica impossível alguma cadeira de rodas transitar na calçada, sendo necessária a utilização da pista, o que põe em risco a segurança e até a vida dos deficientes. Pode-se ver exemplos abaixo nas fotos que seguem. Na fotografia, temos algo curioso, onde até um cadeirante consegue se esquivar do poste, porém existe a parte da calçada destinada a deficientes visuais, o que é importante ter obviamente, o problema é que justamente essa parte da calçada vai dar “de cara” no poste! Ou seja, a pessoa com deficiência visual deve contar com um sexto sentido para evitar o poste...


Outro problema, não menos grave, é a irregularidade das calçadas, que em alguns locais nem existe. Em muitos pontos não há condições de um cadeirante, por exemplo, transitar sem ter que ir para a pista de rolamento. Esse problema não é só encontrado nos bairros, mas no próprio centro. Outra dificuldade encontrada pelos deficientes físicos (em especial os cadeirantes) é a altura da calçada em relação a pista, pois com a inexistência de rampas, se torna arriscado a manobra de alternar entre calçada e pista. Nas fotos abaixo pode-se ver exemplos desses problemas, porém há de se notar que na última foto que segue, não há nada de errado aparentemente na calçada, se não fosse o fato da altura da calçada em relação a pista, justamente no local que existe uma faixa de pedestre.




Até agora vimos alguns dos problemas que um deficiente físico encontra ao tentar se deslocar na cidade de Taió. Mas os problemas ainda vão mais além, detalhes como escadas que impedem o acesso de deficientes físicos como paraplégicos e tetraplégicos a alguns locais. Muitos pontos comerciais e de lazer, como lojas e lanchonetes, são ainda inacessíveis aos cadeirantes, pois não possuem nenhuma rampa. Até mesmo a SDR (Secretaria de Desenvolvimento Regional) não possui até o dia de hoje uma rampa, e ainda, pelo fato de não se situar no térreo do prédio, há escadas...


Em relação ao transporte público municipal adaptado, simplesmente não existe. Na verdade não existe nem transporte público não adaptado até o presente momento. Existe uma empresa de ônibus intermunicipal, com linhas para municípios como Rio do Sul, Blumenau, Florianópolis e Curitiba que conta com ônibus que teoricamente são adaptados para cadeirantes. Já as outras empresas intermunicipais que atuam na cidade, não possuem nenhum veículo adaptado até o momento. Por curiosidade na cidade de Rio do Sul, grandes investimentos estão sendo feitos para a melhoria da cidade, principalmente no que se refere a acessibilidade, tanto que até a empresa de transporte público municipal adquiriu ônibus totalmente adaptados para pessoas com deficiência, possuindo elevador na porta traseira, espaço para posicionamento da cadeira de rodas, e ainda, possuindo um sistema de segurança que envolve uma série de cintos para manter a cadeira no lugar em caso de alguma freada brusca ou algo do gênero.

Bom, mas vamos às partes que boas no que se refere a acessibilidade na cidade de Taió, ou seja, locais que já são adaptados ou caminham para tal. O melhor exemplo de adaptação e acessibilidade são os bancos, que para atrair clientes, acabam por facilitar a vida dos deficientes. O Banco do Brasil, por exemplo, conta com vaga para deficientes no estacionamento bem em frente, rampas de acesso, calçadas que auxiliam os deficientes visuais, corrimões com altura adequada e com largura o suficiente para um cadeirante manobrar sem problemas.

Outro banco que facilita a vida de deficientes físicos é o Bradesco, mas que peca em alguns detalhes como a largura da porta e sistema de abertura, pois como a porta só abre para dentro, não é difícil entrar, mas devido a um corrimão no interior do banco que diminui bastante a área de manobras de um cadeirante, se torna um pouco complicado abrir a porta por dentro, ainda mais se o deficiente tiver comprometimento dos membros superiores. Detalhes que com certeza no futuro será melhor analisado.


Algumas pizzarias e lanchonetes já contam com rampas, o que aumenta as possibilidades de um cadeirante poder ter uma vida social mais agradável, mas esse número ainda é pequeno. Na verdade totalmente adaptadas mesmo não existe, até existem rampas para acesso, mas teria que ter um espaçamento maior entre as mesas para que não houvesse dificuldades de transitar entre as mesmas, mesas com altura um pouco acima do normal, para que um cadeirante pudesse se acomodar sem problemas, já que a própria estrutura da cadeira na maioria das vezes exige que a mesa seja um pouco mais alta. E ainda há a questão dos banheiros adaptados, que não existem na maioria dos locais.

Como podemos ver, as dificuldades que um deficiente físico encontra na cidade de Taió são grandes. Isso se deve ao fato de que até pouco tempo o assunto acessibilidade não era muito discutido como é atualmente. Algumas mudanças estão sendo feitas, mas há muito ainda o que fazer. A carência em vários aspectos devem ser sanadas, embora que isso deva levar ainda um tempo considerável, pois não se conseguiria mudar tantas coisas assim de um dia para outro. Até porque investimentos públicos nesse sentido devem ser bem avaliados e discutidos, para que não haja desperdício de verbas em obras mal feitas, como pudemos ver no que se refere a calçadas com guias para deficientes visuais que vão dar em postes, ou ruas em que de um lado possui rampa para acesso e do outro não existe. Mas como foi dito, é importante que obras no sentido da melhoria das condições de acessibilidade sejam realizadas. Para os estabelecimentos comerciais, também deve haver investimento para uma melhoria, pois não há de se esquecer que um deficiente físico é sim um consumidor também, que pode gerar lucros para as empresas que se adequarem as suas necessidades.

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